53 | Grand Tour of Switzerland đ
Uma viagem de carro pela SuĂça que se cruza Ă outra, da escritora e viajante helvĂ©tica Annemarie Schwarzenbach ao AfeganistĂŁo.
Quando nĂłs, mulheres, oferecemos nossas experiĂȘncias como nossas verdades, como verdades humanas, todos os mapas mudam. Surgem novas montanhas.

1.
Tenho a mania de conciliar o livro que leio ao que estou vivendo, seja pela histĂłria ou por quem narra. Prestes a embarcar para a SuĂça, comecei a ler Todos os caminhos estĂŁo abertos, de Annemarie Schwarzenbach, de quem ouvi falar pela primeira vez no livro Mulheres Viajantes.
A aventura da escritora suĂça aparece logo no preĂąmbulo da pesquisa de SĂłnia Serrano: uma viagem de carro em direção Ă Ăsia, algo que pareceria normal nĂŁo fosse o ano de 1939, prestes a eclodir a Segunda Guerra Mundial. NĂŁo fosse uma mulher viajando na companhia de outra, a fotĂłgrafa Ella Maillart. Em um Ford Roadster oferecido pelo pai, Annemarie parte de Genebra em direção Ă BulgĂĄria, atravĂ©s da Turquia e do IrĂŁ, atĂ© as montanhas do AfeganistĂŁo.
Genebra nĂŁo fez parte do meu roteiro circunscrito Ă s partes italianas e germĂąnicas da SuĂça, mas o Simplon Pass e Airolo, sim. O passo de montanha foi o Ășltimo lugar na SuĂça por onde a viajante passou, enquanto que a pequena cidade ao pĂ© de uma estação de esqui foi a primeira, jĂĄ no retorno ao seu paĂs natal. Visito as mesmas localidades na ordem inversa sem deixar de apreciar a coincidĂȘncia.
Com um carro alugado, percorro a partir do aeroporto de MilĂŁo dois terços do Grand Tour of Switzerland, um circuito de 1634 quilĂŽmetros que abrange todos os destaques do paĂs. Desenhada pelo turismo suĂço e adaptada aos meus desejos para esta viagem, a rota calcorreia lagos, vilas, glaciares, cidades movimentadas e, claro, montanhas â a perder de vista, eu diria, nĂŁo fossem os Alpes suĂços e as formaçÔes estivessem sempre no horizonte de forma imponente.
Apesar do tĂtulo, Annemarie começa o seu relato de viagem mencionando as fronteiras que passou a cruzar tĂŁo logo teve inĂcio o seu deslocamento. Quase um sĂ©culo depois, o controle exercido atualmente em tais limites imaginĂĄrios em função da crise de refugiados na Europa foi justamente o que motivou a minha viagem. Isso porque, hĂĄ quatro anos, as limitaçÔes impostas pela pandemia, que por vezes tambĂ©m pareceu uma guerra, impediram-me de chegar atĂ© a SuĂça. Ficou um desejo, uma falta.
2.
As colinas sĂŁo como vagas imĂłveis.
A comparação das montanhas Ă s ondas do mar surpreende-me, sobretudo vindo de alguĂ©m que nasceu em um paĂs sem mar, formado essencialmente pelo Maciço Alpino, que faz as vezes de coluna vertebral do paĂs. Oferece sustentação, mas tambĂ©m separa, por vezes de maneira mais eficaz que as prĂłprias fronteiras.
Mas Annemarie Schwarzenbach tem razĂŁo. Sobrevoando-os ao entardecer, a luz dourada que bate no cume dos Alpes faz com que pareçam âcarneirinhosâ em um mar agitado, sĂł que parado. Congelado, melhor dizendo. A cĂąmera do celular nĂŁo conseguiu capturar, mas os meus olhos, sim, fazendo lembrar o amanhecer em outra cordilheira: a andina, que nĂŁo raro faz os tripulantes tremerem em conhecidas turbulĂȘncias.
Nos ouvidos, por precaução, toca baixinho o ålbum Safe in the steep cliffs, que também embala o voo da volta e a escrita destas notas. à contraluz, ainda mais acima dos Alpes, comprovo finalmente que as montanhas parecem-se mesmo com ondas do mar.
3.
Em Alps, filme menos conhecido de Yorgos Lanthimos, um grupo abre um negĂłcio para ajudar pessoas a atravessar o luto por um ente querido. Cada integrante da empresa adota o codinome de uma montanha alpina. Ao atravessĂĄ-la, de certa forma, deixam de ser quem eram para personificar alguĂ©m que acabou de falecer. When the end is here the Alps are near, diz o slogan da pelĂcula.
Ă curioso como, ao viajar para um lugar montanhoso, no inĂcio nĂŁo se sabe o nome de nenhuma montanha. No transcorrer dos dias, passa-se nĂŁo apenas a saber alguns, mas a reconhecer as montanhas pelas suas formaçÔes. Indo alĂ©m, a nos orientarmos a partir delas.
Jungfrau, Eiger, Titlis. Estes são alguns dos nomes que agora reconheço para além daquele que estampa a embalagem de um famoso chocolate. Arrebatada pelas montanhas alpinas tal qual Annemarie Schwarzenbach pelas asiåticas, em especial a cordilheira Hindu Kush, que passa a ser a sua estrela do Norte.
Para mim tudo se passava como outrora na escola, quando recusava obstinadamente acreditar que os nomes que aprendia e lia no mapa geogrĂĄfico pudessem tomar fora antes que eu pudesse vĂȘ-los com os meus prĂłprios olhos, tocĂĄ-los como meu hĂĄlito, agarrĂĄ-los, por assim dizer, com as minhas mĂŁos.
4.
Por mais imponentes que sejam, os Alpes nĂŁo formam uma barreira intransponĂvel. Foram atravessados primeiro com propĂłsitos de guerra. Depois, de comĂ©rcio. E, mais tarde, por peregrinos, estudantes e turistas.
Na condição de pertencente ao Ășltimo grupo, vim a descobrir que os locais de travessia sĂŁo chamados de passos de montanha. Tratam-se de ĂĄreas de depressĂŁo acessĂveis por vales que conectam planĂcies e zonas prĂ©-montanhosas. TĂȘm inĂcio e fim mal definidos, normalmente, ficando difĂcil saber quando começa e quando termina a travessia.
Por questĂ”es de segurança, alguns passos suĂços sĂł abrem no verĂŁo, quando hĂĄ menos neve acumulada. Ă na primavera que todos os caminhos começam a ficar abertos, como pude comprovar. Para alĂ©m de despedir-me dos Alpes no cĂȘnico Simplon Pass construĂdo a mando de NapoleĂŁo Bonaparte, pude atĂ© mesmo alojar-me em um chalĂ© na beira da estrada de outro passo.
Outra experiĂȘncia menos agradĂĄvel, no entanto, pelo menos para quem como eu flerta com a claustrofobia como resquĂcio da pandemia, foi singrar a montanha em um tĂșnel aberto para trem, mas dentro de um carro. Eu sei, Ă© confuso, mas mais ainda angustiante ter ficado no interior de um veĂculo encaixado em um vagĂŁo em alta velocidade por um corredor estreito, escuro e com um barulho ensurdecedor.
Ao enxergar a luz no fim do tĂșnel Lötschberg, que divide os cantĂ”es de Berna e Valais, respirei aliviada. O esforço de engenharia encurtou as distĂąncias anteriormente percorridas em estradas sinuosas, cheias de altos e baixos, talvez inseguras como um passo que Annemarie Schwarzenbach nĂŁo conseguiu percorrer entre o AfeganistĂŁo e o PaquistĂŁo. Por vezes, Ă© preciso atravessar, para entĂŁo comprovar: estive dentro da cordilheira.

5.
Por razĂ”es Ăłbvias, a SuĂça Ă© muito procurada no inverno. Ă quando a neve cai, as estaçÔes de esqui enchem-se e, dizem, a mĂĄgica acontece. Mas nĂŁo era o que eu queria vivenciar, pelo menos nĂŁo nesta viagem.
Eu estava mais interessada em testemunhar a transição: a primavera. Aquilo que nĂŁo Ă© nem uma coisa, nem outra. Atraiu-me a coexistĂȘncia do cume nevado com o prado esverdeado, um prato cheio para a contemplação enquanto se ouvem os sinos dos pastoreio animal. E, para isso, meados de abril Ă© a Ă©poca ideal.
Por mais fotografias que tenha visto antes, o que por vezes estraga a surpresa, a cor dos gramados suĂços me impressionou. Florescente como as primeiras folhas a brotar nas amendoeiras, que passaram a ser o meu referencial de renovação deste que mudei de paĂs. Exceto pelas partes ainda queimadas pela neve que começa a derreter. Travessia, afinal.
Com o passar dos dias, mato a charada com o nariz: a pradaria Ă© naturalmente fertilizada pelo estrume das vacas, que começam a ver os seus caminhos abrirem-se com a chegada das estaçÔes mais quentes. As produtoras do famoso leite suĂço, base para queijos e chocolates conhecidos mundialmente, ficam trancafiadas o inverno todo.
A SuĂça, em especial os Alpes, sĂŁo uma regiĂŁo essencialmente agrĂcola. Isso, nem o cheiro caracterĂstico, constam nos guias de viagem, talvez por nĂŁo ser tĂŁo atrativo para as massas. Em compensação, encontrei tal ambientação na ficção distĂłpica da escritora alemĂŁ Marlen Haushofer em A parede, livro que leio ao voltar para casa. Nele, o tempo parece suspender-se para dar lugar Ă relação de quem escreve com a natureza envolvente, ainda que claustrofĂłbica.
6.
NĂŁo gosto de chegar a um novo lugar Ă noite. Quando acontece, aguardo ansiosamente a manhĂŁ seguinte, quando a paisagem revela-se a partir da luz natural e a minha bĂșssola interna finalmente Ă© ajustada.
Credito isso ao fato de ser mulher e, biologicamente, acender o alerta interno principalmente durante a noite. Lembro-me de que, em teoria, nĂŁo hĂĄ tanto motivo para preocupação na SuĂça, um dos paĂses mais seguros do mundo. Ainda assim sinto olhares masculinos em mim. Afinal, tenho os cabelos escuros e estou em uma parte de cultura germĂąnica, onde a ordem natural Ă© ser loira.
Em outro contexto e por outras razĂ”es, Annemarie Scharzenbah e Ella Maillart tambĂ©m sentiram o desconforto de serem imediatamente lidas como estrangeiras por onde passaram. No inĂcio de sua viagem, foram alertadas por um homem turco que enfrentariam muitos perigos no decorrer do trajeto. Perguntaram por quĂȘ. NĂŁo obtiveram respostas. Voltaram sĂŁ e salvas, fascinadas pelo nomadismo da regiĂŁo visitada, alĂ©m de intrigadas pelo modo de vida das mulheres do Oriente MĂ©dio.
Ao colocar os meus olhos no cĂ©u diurno dos Alpes, com a sorte de ter vivenciado dias ensolarados em uma estação naturalmente chuvosa, logo reparei na quantidade de aviĂ”es, parapentes e telefĂ©ricos. Os caminhos tambĂ©m abrem-se pelo ar, especialmente em um paĂs altamente desenvolvido, onde dinheiro nĂŁo costuma ser problema.
7.
Ainda nĂŁo chegou o dia em que vou esquecer-me do som de uma avalanche. Começa com um estrondo seco. Depois, torna-se um barulho contĂnuo que se assemelha a um rĂĄdio que perdeu o sinal. AtĂ© tornar-se ininteligĂvel.
Este Ă© um dos perigos de se visitar regiĂ”es montanhosas com neve na primavera. HĂĄ, sim, a beleza incontornĂĄvel das cachoeiras com toda a sua força, um espetĂĄculo que pode ser assistido de camarote no vale de Lauterbrunnen e suas mais de 70 quedas dâĂĄgua. Mas tambĂ©m existe a chance de ser engolido por um bloco congelado que decidiu seguir o seu caminho ladeira abaixo.
De onde avistei a avalanche, os påssaros continuaram a cantar, assim como as crianças a brincar. Naturalmente acostumados, possivelmente riram da cara dos turistas apavorados.
As avalanches tambĂ©m fazem parte do cotidiano de montanhistas extremos, que se valem de tecnologias cada vez mais sofisticadas para prevĂȘ-las e, assim, mitigar os perigos. Antes de viajar, assisti ao documentĂĄrio Corrida para o topo, que retrata o duelo entre Ueli Steck e Dani Arnold para ver quem chegava em menos tempo ao cume dos Alpes berneses.
Ao voltar, esbarro com a notĂcia de que outra dupla de alpinistas bateu o recorde que jĂĄ durava 21 anos ao escalar em 15 horas e meia trĂȘs picos suĂços. Nicolas Hojac e Philipp Brugger levaram dez horas a menos que Steck e Arnold para atingir os cumes Eiger, Mönch e Jungfrau.
8.
Arrependo-me de ter tirado a mancha branca de sal que marcou a minha bota apĂłs fazer uma trilha na neve. Seria mais uma evidĂȘncia de que as montanhas assemelham-se mesmo ao mar.
Caminhar por um glaciar foi das coisas mais difĂceis que meu corpo jĂĄ experimentou. NĂŁo Ă toa hĂĄ quem faça cross-country skiing, um dos esportes alpinos que vim a conhecer em tempos pandĂȘmicos, quando os caminhos estavam fechados e o que restava era assistir Ă televisĂŁo. Mesmo que por projeção, a Eurosport ligada tal qual TV lareira me lembrava de que ainda era possĂvel ter um corpo, e nĂŁo ser sĂł ansiedade.
A quase 3 mil metros de altitude, caminhei na direção de um lago alpino que não cheguei a alcançar tamanho o esforço e o tempo curto em função do horårio de encerramento do teleférico. Do Bachalpsee, vi apenas uma fotografia feita por outra turista que voltava um pouco desolada por ser ainda tudo gelo.
Isso porque, antes, decidi ir atĂ© Axalp, uma vila onde pensei que pudesse proporcionar uma vista para as ĂĄguas turquesas do Brienz. NĂŁo havia e, de quebra, estava tudo fechado. SĂł restou o silĂȘncio e o ar gelado inconfundĂveis lĂĄ do alto, alĂ©m Ă© claro da rota de volta, mais uma chance de observar com calma o que ficou para trĂĄs na subida.
Por mais sedutoras que possam ser as chegadas, as duas experiĂȘncias reforçaram que Ă s vezes Ă© preciso contentar-se apenas com o caminho. E que, assim como o presente, pode ser tudo o que se tem.
â Annemarie Schwarzenbach e Ella Maillart deixaram diĂĄrios, cartas e fotografias que documentam as suas viagens pelo mundo. Enquanto esta edição foi escrita, os seus espĂłlios foram reconhecidos como PatrimĂŽnio Documental Mundial pela Unesco.
Desconcertava-me a simultaneidade do prĂłximo e do distante. Tinha o sentimento de que passado, presente e futuro deviam talvez confluir num lugar para lhe insuflar todo o conteĂșdo da vida; mas que a vida pudesse estar, ao mesmo tempo, aqui e algures, deste e do outro lado dos mares e das montanhas, isso parecia-me altamente duvidoso.
E as minhas dĂșvidas, que exigiam ser esclarecidas, talvez tivesses motivado as minhas primeiras viagens.
Resolvi partir, nĂŁo para aprender o medo, mas para verificar o conteĂșdo dos nomes e experimentar na minha carne a sua magia, tal como quando se sente entrar pela janela aberta a força maravilhosa do sol que hĂĄ muito tempo vimos reflectir-se nas longĂnquas colinas e nas pradarias hĂșmidas de orvalho.
Annemarie Schwarzenbach em âTodos os caminhos estĂŁo abertosâ.
FLĂNEUSERIE đđ»
[RecomendaçÔes de lugares por onde andei, testei e aprovei]
â AiroloâPesciĂŒm: uma das montanhas menos turĂsticas para subir por telefĂ©rico, com vistas para o maciço de SĂŁo Gotardo, onde assisti a uma competição de esqui freestyle;
â Gasthaus Schwand: a casa de hĂłspedes mais autĂȘntica de toda a viagem, em uma vila alpina cenogrĂĄfica, e que serve a melhor refeição tipicamente suĂço-germĂąnica;
â Blausee: o lago de montanha com a cor mais surpreendente, entre o azul e o verde;
â Walliser Alpentherme: complexo de SPA para desfrutar de ĂĄguas termais que brotam da terra a 51 graus celsius;
â LĂ€derach: a marca artesanal de chocolate suĂço que dĂĄ um banho nas mais famosas.
SALVO EM ONDE QUERO IR đŸ
[Onde ainda nĂŁo fui, mas salvei na lista para ir]
â Cabrio Stanserhorn: o telefĂ©rico conversĂvel;
â Ballenberg: o museu a cĂ©u aberto que retrata a ruralidade suĂça;
â Oeschinensee: um dos lagos alpinos mais bonitos da regiĂŁo;
â Harder Kulm: montanha com estação de funicular no topo de Interlaken;
â Villa Honnegg: boutique hotel impressionante, sobretudo pela sua piscina com borda que se funde Ă paisagem do lago Lucerna.
â Tem alguma recomendação? Deixa pelos comentĂĄrios!
UMA ĂLTIMA VISTA D'OLHOS đ
[Inspiração para espreitar antes de ir embora]
â Biblioteca de luz, instalação da Salone del Mobile durante a semana dedicada ao design em MilĂŁo;
â reEncanto, ĂĄlbum da cantora cabo-verdiana Mayra Andrade;
â Andar no larĂ©u, o flanar em bom portuguĂȘs lusitano retratado neste travel vlog delicioso da Livraria Lello;
â Paula Rego e Adriana VarejĂŁo, duas das principais artistas visuais da lusofonia, juntas na exposição Entre os vossos dentes, tĂtulo extraĂdo de um poema de Hilda Hilst, em cartaz atĂ© setembro em Lisboa;
â North of North, a nova sĂ©rie da Netflix que promete atrair viajantes para as paisagens geladas do Ărtico, mas que ainda nĂŁo me convenceu, diferentemente de O Eternauta, que me conquistou por completo.
Obrigada pela leitura! E que bom estar de volta depois desta pausa de primavera.
Bom proveito e atĂ© a prĂłxima edição â (quase) toda sexta-feira, jĂĄ que Ă© o dia de preferĂȘncia da maioria, segundo a enquete, na tua caixa de entrada ou no aplicativo do Substack!
Um abraço afetuoso,Â
âSwitzerland is my favourite place now because itâs so â nothing. There is absolutely nothing to do.â
Andy Warhol, artista visual, diretor de cinema e Ăcone do Pop Art.
fiz um giro pela suĂça antes da pandemia, mas de trem, e que paĂs incrĂvel! tudo tĂŁo organizado e limpo que parece que atĂ© as ĂĄrvores evitam perder suas folhas para nĂŁo sujar o chĂŁo. sem contar as paisagens maravilhosas que, como vocĂȘ bem apontou, oscilam entre a extrema brancura da neve e o brilho intenso do verde.
Viajei junto com vocĂȘs! Delicia de texto, Gabi. Veja as foto de Teju Cole da SuĂça. Me vieram Ă memĂłria enquanto te lia đ€